Do outro lado do mundo

A vida de um expat em MZ

quarta-feira, fevereiro 23, 2005

Eleições

Quando o Sócrates foi eleito líder do PS, numa conversa com um amigo meu cá deste lado, eu fiz o seguinte comentário:
"Até não desgosto do Sócrates. Parece ser um "rapaz" com ideias (não as mesmas que eu) e que defende o que acha correcto. Até me via a votar nele. Mas logo penso quem vem atrás dele e até me dá um arrepio na espinha!!!"

Ora, pela mão mágica do Cenoura, o nosso jardim tem agora uma maioria absoluta, com o Sócrates à cabeça. Vamos voltar a ser governados por palhaços de carreira, boys que querem voltar aos jobs. Personagens saídas de uma filme de terror, tais como o Cravinho, a Edite, aquela parva que foi da saúde - felizmente nem me lembro do nome dela, o Gomes, toda a tropa guterrista. O Pesadelo em Elm Street é um filme para crianças comparado com o que vem ai. Só de pensar que a vaca da Ana Gomes vai estar no Parlamento – ou pior, no governo, até me dá vontade de mudar de nacionalidade. Vai ser o descalabro!

Mas, ainda existe uma esperança:
O Cavaco é eleito Presidente, manda abaixo o parlamento - se o Cenoura o fez, o Cavaco vai ter mais do que razões para ao fazer - e voltamos a ter PSD.
Mas não este PSD!

Um PSD de quadros competentes, dinâmicos, interessados em mudar Portugal. Um PSD que volte com as devidas actualizações ou melhor, com um SO completamente novo, de modo a que Portugal ande para a frente. Estão a ver um certo gestor internacional a ser presidente do PSD?!
Mas caramba, se fosse o PS ou o CDS ou outro qualquer a apresentar as ideias concretas, soluções precisas e trabalho, eu até votava neles. Quero é um País melhor, mais competitivo, mais rico, mais justo socialmente, com reformas estruturantes e capazes para enfrentar os desafios do futuro e dar a todos orgulho e condições de vida dignas.

Claro, isto é uma utopia. Nunca vamos ter nenhum governo assim, pois quem decide quem ganha as eleições são os poderes instalados, através de "opinion makers de merda". O tuga quer é saber de processos sumaríssimos, tremoços e bater pevias a pensar na cavalona da mulher do vizinho, enquanto conduz o seu novo série 5 comprado em 8 anos a 230km/h.
Vai votar para eleger um deputado que não conhece, num partido que não apresenta ideias, argumentos ou soluções, num sistema eleitoral viciado, criado para colocar os boys nos jobs e que dá de comer a toda uma panóplia de abutres criados com o 25 de Abril.

Enquanto não houver uma classe política séria em Portugal, eu espero que os únicos votos que aumentem sejam os votos em branco. Claro que, e só para verem a palhaçada que isto é, em Portugal, os votos em branco são contados juntamente com os nulos, para não se saber realmente, quantas pessoas vão às urnas, querem votar, mas não se identificam com a palhaçada da política portuguesa.

Adaptando umas palavras ditas por um realizador na entrega dos óscares:

Shame on you Portugal, shame on you!

4 Comments:

  • At 11:43 a.m., Blogger Rui Carlos Sá said…

    Uma correcção Pedro:
    os votos em brancos são separados dos nulos! Sempre foram.

    Houve, nas legislativas de dia 20

    103 562 votos em branco (1,81% dos votantes)
    e 63 770 votos nulos (1,12% dos votantes)

    Os votos em branco foram até a "força política" que mais aumentou a sua presença, quase que duplicaram entre 2002 e 2005.

    Rui

    Bom regresso ao blog; é bom ter-te de volta!!

     
  • At 4:35 p.m., Anonymous Anónimo said…

    Ruru, lamento, mas nem sempre foram separados, sobretudo nas televisões e anúncio de resultados.
    Dizem sempre votos brancos e nulos.
    Apresentam sempre a soma e não o resultado separado.

     
  • At 7:28 p.m., Blogger Rui Carlos Sá said…

    Não te podes fiar a TV's e outros meios de comunicação social... Simplificam tudo para ter menos trabalho... Se fores ao site do stape
    http://www.stape.pt
    Tens acesso ao histórico dos resultados das eleições em PT, sempre com os brancos separados dos nulos. Podes ver que os brancos passaram de 53 000 em 2002, para os 103 000 que referi à pouco.
    Um abraço... Viva o Porto.

     
  • At 12:59 p.m., Anonymous Anónimo said…

    Gostei da expressão "força política" pois foram na realidade os que manifestaram o seu descontentamento. Deveria-se, em outro hemisfério, começar a pensar nessa força política em vez de se gritar ao roubo ou à fraude.
    Tb é preocupante a % de abstenções; parece-me que há bastante gente lixando-se para a política.
    Parabéns ao Santana qu reconheceu a derrota... cá de certeza seria impossível ao líder da oposição essa tomada de posição.
    J.B.

     

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