Do outro lado do mundo

A vida de um expat em MZ

sexta-feira, novembro 26, 2004

Minha gente, desculpem!
Tenho sido um blogista desnaturado, pois os meus posts ultimamente tem sido muito muito poucos.
Desculpem!
Mas aqui estou e desta vez é a bombar.
Vamos às novidades:
  • Por cá tem chovido como o diabo. Chuva de duas horas é o suficiente para alagar ruas - imaginem uns bons 5o cm a 80 cm de água. Houve uma estrada que por e simplesmente foi abaixo. Isto é uma chuva tropical. Na altura das cheias - em 2000 - também assím, mas durante 12 dias...
  • Além da chuva, trovoada. cada raio que parecia que era de dia. Houve uns quantos que cairam ao lado de casa. Mesmo ao lado. A diferença entre luz e som...não era nenhuma! Assustador. O tralha estava em pânico. Eu ainda consegui filmar uns quantos. Depois mostro.
  • Surf só no domingo, e foi uma caca. Nem vamos falar nisso. Este mês surfei duas vezes. Uma desgraça. Todos os fds's em Maputo, trabalho, uma chatice.
  • As eleições cá do sitio são prá semana. Os expats fogem - nós tb - e os locais tem feriado. Vejam lá que eles vão fechar as fronteiras, para não permitirem a entrada de "interferentes externos". Anda tudo maluco!
  • Numa nota mais emocionante, chegou o branquinho!!! 40 Gb de puro prazer!

E agora, sport:

O ministro que deixa pôr a mão JOSÉ MANUEL RIBEIRO in O Jogo
O facto de, na reunião entre o ministro-adjunto e o comité de indignação do Benfica, terem sido discutidas sugestões genéricas de Luís Filipe Vieira é muito mais grave do que se tivessem estado todos entretidos a rebobinar o leitor de DVD à procura do melhor ângulo para provar o crime de Olegário Benquerença no clássico de há dois meses. Henrique Chaves acha aviltante discutir penáltis e golos-fantasma na condição de governante, mas aceitou a audiência, embora o Benfica tenha berrado bem alto, e várias vezes, que o motivo dela era a reparação dessa ofensa atroz por todos os meios. Agora esclarece o ministro que ouviu apenas conselhos úteis para a legislação em vias de facto, incluindo da arbitragem (em pequena dose, diz ele; em grande dose, insinua o Benfica), como se houvesse razões para levar a sério o clube que, gabando-se disso, patrocinou directamente o actual presidente dos árbitros profissionais e defendeu - contra o FC Porto - o actual sistema de nomeações. Ou seja, o ministro aceitou ouvir conselhos de quem fundou com orgulho a mesma arbitragem da qual entretanto passou a queixar-se em tom histérico. Assumindo que pode ter feito às novas (e desta vez realmente brilhantes) ideias de Luís Filipe Vieira aquilo que não fez ao DVD do clássico, ainda assim Henrique Chaves participou num festival que só não valeu porque a última jornada da SuperLiga lhe fez má propaganda. Fossem outras as vítimas dos foras-de-jogo e o grosso dos líderes de opinião não se teria visto obrigado a reconhecer o comportamento burlesco do Benfica, partindo então para a projectada campanha que teria no ministro figura de cartaz. Aliás, nesse cenário, talvez nem ele próprio tivesse atrevimento para o comentário sarcástico que fez, sobretudo depois de, à sua custa, o Benfica ter conseguido um dos objectivos do genial plano: provou que consegue levar ao Governo qualquer tolice. À custa da janela do ministério, Henrique Chaves é um leão. Mas um leão que deixa pôr a mão.