Acredito que tenham achado estranho não ter escrito nada sobre o jogo do Porto com o CSKA. Obviamente, tinha que opinar sobre o assunto. No entanto, decidi esperar um dia. Não para digerir qualquer resultado, mas porque tenho boa memória.
Quando fui a Gelsenkirchen, lembrava-me perfeitamente da campanha Portista, que no inicio foi uma desgraça. Apesar de só termos perdido um jogo - contra o real em casa - aquilo no inicio da época passada foi deprimente.
Já para não falar do amargo de boca que foi um empate na Amadora, o único ponto que eles tiveram durante as primeiras 10 jornadas.
E antes disso, o jogo com o milan no Mónaco. Uma espinha, aquele jogo. Porcaria de equipas italianas.
Há quem pense que as competições como o campeonato nacional e a 1ª fase da liga dos campeões são uma corrida de 100 metros. Outros infelizmente pensam que são uma maratona.
Eu nem a 8 nem 80.
É uma corrida dos 10.000 metros. Pode se arrancar mal, mas recuperar, ir a controlar a corrida, mantar-se entre o grupo da frente e depois, se as pernas lá estiverem - e a cabeça também - no momento certo, saltar para a frente e ser como o Forrest Gump: Run, run, don't look back!
Outra razão que me levou a esperar, foi ler com atenção os comentários feitos pela classe profissional maravilhosa que temos em Portugal que se apelidam de jornalistas. Estas formas semi-humanas são aquelas criaturas que se gostam de se apelidar como os guardiões da verdade. Se nos EUA fazem piadas com os advogados, a irem para o inferno, e que são uns oportunistas, com todos os defeitos que existem na humanidade, em Portugal, o equivalente são estes " jornalistas".
Principalmente - mas não só - os dos jornalistas desportivos, e claro a Manuela e todos os ligados à TVI e o seu grupo de papel higiénico, perdão, impresso. E claro, aquele clássico de forrar a caixa da areia do gato, pois não serve para mais nada, o panfeleto do benfica, a bola.
Claro que existem - e felizmente ainda são alguns - jornalistas sérios e capazes - mas isso fica para um post futuro.
Mas como estava a escrever, dei uma volta pelos jornais e qual o meu espanto - ou se calhar nem tanto - de ver uma panóplia de insinuações e incitações à revolta dos Portistas, pela perda do seu "timoneiro" dos últimos dois anos e meio.
Como se tudo estivesse perdido e já não houvesse volta a dar.
Certamente esses escribas - sim, não é preciso ofender os jornalistas sérios - por viverem num passado bem distante, esquecem aquilo que todos os Portistas sabem: No ano passado, estávamos na mesma. Até estivemos pior! E olhem para o resultado. Ganhámos tudo excepto aquele jogo no estádio de oeiras, onde fomos roubados.
Por isso, tenham calma. A procissão ainda nem saiu do altar, quanto mais da igreja.
Pode até ser que não ganhemos nada, mas ninguém nos tira estas duas últimas épocas, magnificas, que podem ser recordadas...em tv a cores!!!
Deixo agora um artigo de opinião, para mostrar que felizmente não andamos todos a ver os barcos a passar:
SAUDADE DO FUTURO -
artigo de opinião de Jorge Maia, in O Jogo www.ojogo.pt
Já dizia o poeta que sempre é melhor ter saudade que caminhar vazio. Ora, percebi ontem, num olhar de relance pelos jornais, que há um ror de gente a pensar que, por esta altura, os adeptos do FC Porto já deviam estar cheios de saudades de José Mourinho. É quase tudo gente que sabe do que fala quando o tema é saudade. Diz o Dicionário da Lingua Portuguesa da Porto Editora que saudade é um substantivo feminino - não confundir com efiminado - que significa "melancolia causada pela lembrança de um bem de que se está privado". As pessoas de que falo, as tais que acham que ao fim de quatro jogos oficiais os adeptos do FC Porto já deviam estar mortos de saudades de José Mourinho, passaram pelo menos as últimas duas temporadas em profunda "melancolia causada pela lembrança de um bem de que se está privado". Algumas passaram a última década mergulhadas nesse estado, a ouvir fados da Amália e relatos do Artur Agostinho e a trocar cromos e memórias, quase todas a preto e branco. Pois bem, é apenas natural que depois de tanto tempo, tenham pressa em respirar de alívio e identificar o regresso do futebol português à normalidade dos apuramentos falhados e das vitórias morais a que o FC Porto serviu de excepção durante os últimos anos. É natural que tenham pressa, mas a pressa é normalmente má conselheira.
É tão provável que os adeptos do FC Porto acabem por sentir saudades das duas últimas épocas como é certo que os adeptos dos outros clubes gostariam de poder simplesmente esquecê-las, mas como dizia o poeta, sempre é melhor ter saudade que caminhar vazio. Já agora, convém lembrar que o FC Porto só fez quatro jogos oficiais. Ganhou a Supertaça Cândido de Oliveira, perdeu a Supertaça Europeia, empatou o jogo da segunda jornada da Superliga (adiou a primeira jornada) e empatou o primeiro jogo da Liga dos Campeões. É óbvio que tudo pode não passar de uma coincidência, mas esses são exactamente os mesmos resultados conseguidos há um ano por José Mourinho no arranque para a temporada que terminaria em Gelsenkirchen.
Cuspir no prato... e mal agradecido
Há cinco equipas portuguesas que hoje começam a disputar a Taça UEFA. São cinco por dois motivos: porque os pontos acumulados pelo FC Porto no ranking da UEFA ao longo das últimas temporadas permitiu o aumento do número de representantes portugueses nas competições europeias e porque o Benfica falhou o apuramento para a Liga dos Campeões. Ontem, depois de na véspera ter desejado sorte às equipas portuguesas que participam na Taça UEFA em comunicado oficial, o presidente do Benfica fez questão de deixar o FC Porto, que joga a Liga dos Campeões, fora dos desejos de felicidades. Luís Filipe Vieira pode não saber mas foi graças ao FC Porto que o Benfica pôde desperdiçar a oportunidade de jogar na liga milionária.